quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Viagem no Tempo.

Eram 00:16 da madrugada de Sábado. No quarto, uma xícara de café um tanto morno sobre a mesa do computador, que ficara ligado por horas por conta de um desses compartilhadores de arquivos online. Meus olhos ardiam como brasas incandescentes do churrasco de fim de ano. Eu já não sabia se estava acordado ou apagado...
O som da campainha da porta de minha casa parece muito mais alto a essa hora da noite... levanto e vou conferir quem seria a criatura que parecia desesperada pelo seus toques.
Acendo a luz da sala e, cambaleante, me desloco até a porta com um certo ar de suspense. Não havia ninguém lá fora... apenas um bilhete, se é que se pode chamar assim um envelope prateado com escritas douradas...
Espantosamente, estava endereçado assim:
De: mim
Para: mim mesmo

-Como assim?! - Me perguntei absurdamente intrigado.

Abri vorazmente o envelope com a maior curiosidade que se possa ter e me pus a ler, bestificado, o que dizia aquela carta.

" Salvador, 30 de fevereiro de 2029.

Preste muita atenção no que vou lhe contar e quero que acredite piamente nas minhas palavras.
Depois de amanhã, aquela festa de aniversário do seu melhor amigo não lhe reservará bons frutos. Tudo o que você deve fazer pra que sua felicidade seja mantida intacta e permitir que seu futuro não seja transtornado é deixar de ir a esta maldita festa.
Se você for, irá conhecer uma garota pela qual irá se apaixonar perdidamente, e acabará trocando a sua atual namorada que é a pessoa que mais lhe ama nesse mundo, depois de sua mãe. E por causa disso virão problemas muito maiores. Esta garota está envolvida com um rapaz que participa de um grupo de rebeldes sem causa, que aterrorizam às escuras pela cidade... Eles matam, roubam, estupram e por vezes até mutilam pessoas por puro prazer.
Não vá à festa e isso tudo será evitado... nada disso acontecerá à sua família.

Queime isto após ler.

Ass.: Um homem com um futuro deprimente e desgraçado, tentando mudar sua própria história."

A luz das chamas que queimavam a mensagem mais absurdamente estranha, que me causaram medo visceral, acabaram por me fazer despertar em frente ao meu computador que exibia o alerta de download concluído.
- Sim, haverá uma festa! - Pensei comigo mesmo.
Mas teria eu dormido e sonhado isso tudo? Teria eu vivido uma experiência transcendental?

O cheiro de fumaça que eu sentia estaria me 'induzindo a achar' que queimei mesmo algum papel, ou teria eu mesmo feito isso?

Seja lá como for, melhor não arriscar.

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